Arquétipos Relacionais Masculinos

Semelhantemente ao sistema Myers-Briggs das dicotomias de Jung, normalmente os homens se classificam de acordo com duas dialéticas diferentes e complementares.

Dicotomia de Hierarquia

Em termos de dominância social e sexual, existem duas classificações ou arquétipos masculinos muito conhecido no meio dos conteúdos para homens: o alfa e o beta.

O alfa é o destacado social, financeira ou fisicamente, aquele que tende a ficar nas posições mais altas da hierarquia social, tende a ser um líder. Isso pode acontecer naturalmente, sendo uma característica da personalidade inata dele, ou pode ser desenvolvido por meio de “desenvolvimento pessoal”, cursos de PUA etc.

O beta é aquele que não tem destaque, é o “homem mediano”, e que tende a ser mais submisso, a ficar tentando agradar as mulheres fazendo as vontades dela pra tentar obter validação sexual ou agradar ao grupo social pra receber validação social.

Um ponto importante nessa dicotomia é que tanto o alfa quanto o beta vivem em função de validação social ou sexual, ou seja, vivem em função do grupo e das mulheres.

Dicotomia de Despertamento Social

Atualmente os homens também se classificam como blue pill (pílula azul) ou red pill (pílula vermelha) em alusão óbvia à mitologia do filme Matrix.

Os blue pill são os homens que ainda acreditam na ilusão do relacionamento, acreditam que as mulheres são criaturas especiais, quase angelicais. Que mulheres raramente mentem, que são mais empáticas etc.

Ou seja, homens blue pill acreditam na propaganda da mídia, na narrativa oficial feminista, marianista de que mulheres são frágeis e inocentes.

Os red pill são os homens que já conhecem o profano feminino, o lado obscuro e maquiavélico das mulheres. Os red pill têm várias subdivisões, entre elas os MGTOW (que desistiram de se relacionar e que pensam que as mulheres SÓ TÊM o lado profano), os PUAs (que estudam sedução para manipular as mulheres e acreditam que elas têm também um lado bom), os black pill (que acreditam que somente homens GENETICAMENTE privilegiados obtém a atração genuína das mulheres) e um monte de outros XXX pill que são graus variados de aversão às mulheres.

São Dicotomias Independentes

Uma coisa não interfere na outra. Um homem pode ser alfa e ser MGTOW, pode ser beta e ser blue pill (o mais comum), pode ser alfa e ser blue pill, pode ser beta e ser PUA (a maioria dos PUAs e do compradores de curso de PUA) etc.

O que as duas dicotomias têm em comum é que ambas, de forma atrativa ou aversiva, vivem em função do imperativo feminino, da aprovação social e, principalmente, das mulheres.

E, como já disse antes, o sigma não dá a mínima pra aprovação social, principalmente aprovação feminina a não ser que isso envolva sua vida diretamente (superiores na empresa em que trabalha, clientes etc).

O homem sigma é quem ele é e não precisa que ninguém confirme isso pra ele. Ele pode ter nascido desse jeito ou pode ter desenvolvido isso ao longo da vida. Não que seja uma questão de maturidade, mas de aprendizado mesmo.

Aliás, em relação à maturidade é importante ressaltar que não cria nenhuma tendência a nenhum desses posicionamentos. Um blue pill iludido, ao envelhecer provavelmente vai continuar sendo iludido. Um red pill raivoso, ao envelhecer vai odiar ainda mais o sexo oposto. Sigma não é sinônimo de maturidade, mas de independência.

Homem Sigma: uma introdução

No mundo pós-moderno sem referenciais de masculinidade definidos, os homens estão buscando modelos arquetípicos de “como ser homem” em várias áreas diferentes do conhecimento.

A busca mais óbvia, superficial e niilista se apoia nos imperativos biológicos de procriação e preservação da espécie, subdividindo os homens por sua capacidade de atrair fêmeas e engravidá-las.

Nessa visão simplista há duas categorias fundamentais: o homem que consegue sexo e o homem que não consegue. É bem dialético mesmo, preto ou branco, sem tons de cinza.

A coisa fica um pouco mais complexa, e talvez realista quando se define melhor o que significa “conseguir sexo”. E essa é mais a área dos PUAs, os “artistas de sedução”, mas vou fazer uma breve introdução e, provavelmente, será a única vez em que o tema de conquista e atração feminina será abordado nesse blog.

Na visão popularizada em filmes, séries, livros, novelas, doramas, etc. existem algumas maneiras de um homem “conseguir sexo”: atração genuína, conexão genuína, sedução, relação negociada e relação forçada.

Obviamente a última opção NÃO É uma opção.

O que se convencionou chamar de atração genuína é a ideia de que há homens suficientemente bonitos e/ou carismáticos para fazer com que mulheres realmente desejem estar com eles, fazer sexo com eles, receber seu material genético, procriar com eles.

A noção de conexão genuína é quando um homem e uma mulher juntos, por afinidade ou outros fatores comuns, criam uma ilusão ou fantasia compartilhada de que têm algum tipo de ligação especial, talvez espiritual, energética ou algo do tipo e essa conexão especial faz com que a mulher deseje fazer sexo com ele.

A sedução é um tipo de convencimento linguístico e comportamental em que um homem conduz uma mulher a desejá-lo e o resto você sabe.

A relação negociada ou atração negociada é quando um homem e uma mulher se relacionam por uma troca de interesses, que podem ser dinheiro, segurança, algum tipo específico de afeto etc. Isso inclui também a prostituição profissional.

Em uma adaptação baseada nas comunidades de lobos e leões, em que existe um macho alfa que lidera o grupo e os outros machos com diferentes graus de autoridade na hierarquia, criaram a ideia de homem alfa e homem beta.

Nessa simplificação que estou fazendo para situar você, leitor, o homem alfa é aquele que consegue criar atração genuína sem “fazer força”, somente sendo autêntico.

O homem beta jamais consegue atração genuína, mas pode criar conexão ou seduzir uma mulher se fingir que é um homem alfa. E pode ter uma relação negociada se fizer um esforço para agradar a mulher e tiver recursos a oferecer.

Depois dessas duas definições simplistas, que surgiram nos anos 1990, vieram outras para tentar categorizar os homens em relação à essa hierarquia de dominância.

Então passaram a denominar os homens completamente ingênuos em relação à mulheres e relacionamentos de homens gamma e homens muito feios e cheios de problemas para atrair mulheres de homens ômega.

Existe um Problema com Todas Essas Definições

Em todas essas definições, o homem se define em relação à sua capacidade de atrair uma mulher para ter relações sexuais com ele. Ou seja, todas essas definições, concorde você ou não, mantém as mulheres e o que elas desejam como centro da vida do homem.

Nenhuma dessas definições tem a ver com as virtudes cardinais de Platão ou com algum padrão moral e ético em si mesmo. É só agradar mulher, seduzir mulher, fazer as vontades da mulher…

Todo um modelo de mundo centrado na mulher, uma visão ginocêntrica da realidade.

Ou seja, todas as aparentes opções e modelos de masculinidade populares no mundo de

Recuperando o Centro da Vida

Fora dessa matrix, desse véu de ilusão criado para manter os homens cativos e escravizados, existe uma outra categoria, um outro arquétipo de masculinidade: o homem sigma.

Ele pode ser o que e quem ele quiser. Ele não liga para hierarquia, para dominância, agressividade, poder e, muito menos, para a impressão que causa nas mulheres.

O homem sigma vive para si. Ele tem um código de conduta próprio, um sistema de valores e prioridades bem definido e independente Se preocupa com suas próprias definições de boa vida, de sucesso, de realização e não se preocupa com validação externa, a não ser que decida das a alguma pessoa esse nível de importância.

Adotar o estilo de vida do homem sigma pode levar a uma vida muito mais gratificante. O homem sigma prioriza sua felicidade e bem-estar acima de tudo. Ele não vive para agradar aos outros e se contenta com sua própria companhia. Essa busca pela felicidade deixa os homens sigma mais satisfeitos com suas vidas e pode levar a uma existência muito melhor.

É uma mudança total de paradigma, tirando a mulher do centro da vida do homem e colocando ele mesmo, sua busca por virtude, satisfação e realização pessoal como objetivo maior de sua existência.

Não é fácil de adotar, mas com certeza é uma forma muito mais feliz de ser um homem na nossa sociedade caótica e sem parâmetros para nada.

O que é este Blog

Desde novo tive a sensação de ser estranho, um pouco “sem noção” em relação a convenções sociais, o que me levou a transitar entre extremos de total frieza, indiferença e falta de empatia em relação às pessoas e, no outro polo, simpatia, carisma e esforço pra me encaixar.

Me sentia perdido em relação aos arquétipos masculinos e, principalmente, à própria masculinidade que não tem referenciais no ocidente do século XXI.

De certa forma transitava entre o Rambo e um personagem romântico do Freddie Prinze Jr dos anos 1990. Mas não ficava à vontade em nenhum desses papeis sociais. Não tinha vocação pra nenhum desses papeis. Só os seguia na esperança de “fazer o certo” em relação à sociedade.

Fiz tudo “direitinho”. Casei jovem com uma mulher jovem e muito bonita. Tudo deu errado, embora tenha dado certo. Tive outros relacionamentos, mas em algum ponto sempre me sentia desconfortável com a dialética entre “agradar os outros” e “agradar a mim mesmo”.

Nesse ponto preciso ressaltar que fui muito influenciado pelo ambiente cultural em que cresci nos anos 1970. E não tinha discernimento para saber aquilo que Krishnamurti resumiu tão bem na famosa frase “Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade profundamente doente.” Pelo contrário, eu tentava me adaptar.

Até os 30 anos de idade, fazia o que todos os homens submersos na lavagem cerebral da nossa sociedade: me sentia culpado, achava que tinha alguma coisa errada COMIGO, que eu deveria ter vocação para relacionamentos como todos os outros homens (eu acreditava nisso).

Depois disso comecei a me libertar do shaming social, do envergonhamento que nossa sociedade impõe aos homens sistematicamente em todas as situações. E, a partir dos 30 anos de idade fui começando a entender que não precisava me encaixar, que podia ser eu mesmo de um jeito que só eu mesmo sou.

Perto dos 40 anos de idade, a internet se tornou mais amplamente disponível no Brasil e passei a ler conteúdos masculinistas que nunca foram disponibilizados aqui antes.

Li Nessahan Alita, segui o “movimento da Real”, li os livros do David DeAngelo, Ross Jeffries, Paul Elam, Rollo Tomassi, Jack Donovan, Esther Villar, Greg Adams e tantos outros autores da “machosfera”. Foram dezenas, talvez mais de 100, livros de masculinidade lidos em poucos anos.

E depois de me identificar e desidentificar com quase todos os movimentos associados a esse conteúdo, percebi que não fazia parte de nenhum deles porque todos eles continuavam tendo como centro a mulher, o matriarcado, o imperativo feminino na nossa sociedade.

E eu simplesmente nunca funcionei vivendo em função de outras pessoas, seja com atração ou com aversão a elas. Nem mesmo intelectualmente.

Nunca aceitei o consenso científico, mesmo tendo tido uma vida acadêmica produtiva por um bom tempo. Quando todo mundo quer fazer uma coisa, eu quero o oposto. Eu ODEIO obedecer.

Então, voltando ao tema, este blog é meio que um diário em retrospecto da minha descoberta, desenvolvimento e aceitação como homem sigma.

É minha experiência pessoal. É minha opinião. Não é científico. Não é antropológico. Não é filosófico. São só minhas ideias. Então, só espere isso.